segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Manhã de sol em Fortaleza: 18° Grito dos Excluídos e Excluídas


  Rejane Nascimento

"Queremos um Estado a serviço da Nação... que garanta direitos a toda população".

Faz parte da caminhada das pastorais e dos movimentos sociais o refrão:  "Só mandacaru resistiu a tanta dor". Quem ontem foi à 18ª edição do Grito dos Excluídos constatou que não apenas o mandacaru resiste às dores  e agruras que o vigente, mas não eterno, sistema capitalista causa a milhares de pessoas.
Quem por curiosidade, adesão ou simpatia à causa do pobre ou do excluído foi à Praça Luíza Távora, em uma das partes mais nobres de Fortaleza, percebeu um mosaico humano, colorido, formado por grupos de homens, de mulheres, de jovens, de crianças... Grupos distintos que o ano inteiro cuidam de causas específicas, sem necessidade de se avaliar se esta ou aquela é mais importante. Ontem, no entanto, como nos outros 17 Sete de Setembro, desde que o Grito dos Excluídos nasceu, em 1995, a pauta principal  foi uma somente: a vida.
A vida que diariamente é colocada em segundo plano porque o capital é mais importante; e pouco interessam as condições em que João e Maria trabalham, moram, se alimentam e muito menos se divertem... embora tudo isso venha claramente descrito na Constituição Federal Brasileira.
O fio que une os variados segmentos que compõem o Grito do Excluídos é o cuidado com a vida. Esse fio estava nas faixas coloridas e criativas que se espalhavam pela praça, umas pelo chão, outras orgulhosamente erguidas e embaladas pelo vento.
Aos poucos já era possível ver e ler o balé de cinco gritos: Moradia, Educação, Segurança,  Juventude, Saúde.
Mas o 18º Grito dos Excluídos queria, principalmente, mostrar ao lado "nobre" da cidade e às devidas autoridades que as pessoas atingidas pela desapropriação  cruel para dar passagem aos megaprojetos que tornam Fortaleza uma fonte inesgotável de investimento, têm história, sentimentos e direitos que simplesmente não podem ser ignorados. "Grito, logo existo", tem sido uma faixa constante nos últimos anos, na tentativa que os excluídos fazem para se fazerem notar, pelo menos no dia maior da cidadania brasileira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário