quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Seca no Nordeste causa migração 'fora de hora' ao interior paulista


30/10/2012 - 04h40
Seca no Nordeste causa migração 'fora de hora' ao interior paulista

JULIANA COISSI
ENVIADA A GUARIBA E PONTAL (SP)
Os planos para 2012 já estavam traçados na cabeça de Antonio Romárcio Pereira, 24. Ele iria ajudar o pai e os quatro irmãos mais velhos na colheita do milho e do feijão na terra onde a família vive, em Ipiranga do Piauí (PI).
O caçula estava disposto a não tomar o caminho até o interior de São Paulo, como havia feito nos últimos quatro anos, para cortar cana.
Mas a chuva --na verdade, a completa falta dela-- arruinou a colheita e o colocou na rota dos canaviais paulistas.
A seca histórica no Nordeste, a pior dos últimos 50 anos, tem empurrado Pereiras e outros "fugitivos" para diversas cidades paulistas, que estão em plena safra da cana-de-açúcar, e até para outros Estados.
"A seca está esparramando muita gente pelo Brasil afora", diz o padre Antonio Garcia Peres, coordenador nacional de temporários rurais da Pastoral do Migrante, ligado à Igreja Católica.

Atualmente, cerca de 60 mil nordestinos migram a cada ano para o norte e nordeste de São Paulo, segundo a pastoral. A maioria trabalha com a cana, mas a construção civil já atrai 20% dessa mão de obra.
Na região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), o maior volume chega nos primeiros três meses do ano para garantir o emprego nas usinas de cana, cuja safra começa em abril. E a volta à terra natal só ocorre no fim do ano.
Neste ano, porém, segundo Peres, há migrantes "fora de hora", que chegaram em maio, junho, julho e até agosto. Boa parte, como o piauiense Pereira, foi forçada pela seca.
Não há contagem oficial de quantos são esses temporões.
Em Botuporã, cidade baiana de 11.154 habitantes, saíam no meio do ano passado de dois a três ônibus com migrantes toda segunda-feira. Nesta metade de ano, são cinco a sete ônibus, diz a irmã Lucia Antonia Bonk, da pastoral em Botuporã.
COBERTOR E ENXOVAL
Na ponta de chegada, cidades canavieiras de São Paulo, como Pontal (351 km de São Paulo), já sentem o impacto.
"Quando eles vêm na época de contratação, as usinas dão plano de saúde. Mas, depois, fica por conta da rede de saúde da prefeitura", afirma o prefeito Antonio Frederico Venturelli Junior (PSD).
Em meados deste ano, a prefeitura socorreu famílias carentes, muitas delas migrantes, com 300 cestas básicas por mês. Na mesma época, em 2011, as cestas eram metade.
E não só comida: em Pradópolis (315 km de São Paulo), a prefeitura tinha, até março, 2.300 cadastrados para receber cesta básica, cobertores, gás, remédios e até enxoval de bebês. Hoje, já são 3.000.
Cícera Gomes Siqueira, 30, de Timbiras (MA), chegou há dois meses a Guariba (337 km de São Paulo) com os quatro filhos. Todos já estão na escola da prefeitura.
O marido, Domingos Teixeira Lima, 45, veio na frente, no final de março. Adiou a decisão de deixar para trás a roça de arroz o quanto pode, mas, neste ano, nada colheu.
"É ruim, porque a gente fica pensando no futuro dos filhos. Trouxe eles porque não tinha como ficarem lá com a seca."

Mercado exigente exclui migrantes, afirma professor
DE RIBEIRÃO PRETO
As dificuldades enfrentadas pelos migrantes do Nordeste e do norte mineiro não terminam quando deixam a seca para trás e chegam às cidades canavieiras paulistas.
É comum para muitos deles a situação de não encontrarem emprego no campo ou na cidade pela falta de qualificação profissional, afirma o economista Francisco José da Costa Alves, professor da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e pesquisador de migração.
Essa capacitação maior do trabalhador tem sido exigida, por exemplo, na construção civil, afirma o economista.
Há mais demanda para funções como ladrilheiro e carpinteiro, que exigem mais especialização, e menos para ajudante de pedreiro, que é uma atividade para os iniciantes.
"Por conta dessa qualificação e da safra, que já está indo para o seu final, se não encontram emprego, eles sobrecarregam os parentes com quem estão hospedados."
A situação acaba por provocar, afirma Alves, uma segunda exclusão.
"A primeira foi provocada pela seca, e, aqui [no interior paulista], pela incapacidade do mercado de trabalho em absorvê-los", comenta.
Para as cidades que recebem os migrantes, um dos impactos na rede pública é o de sobrecarregar os serviços de saúde, de assistência social e de creches e escolas.
Por outro lado, afirma o docente, um aspecto positivo é que essa população flutuante acaba por movimentar a economia de mercados e de pequenos comércios das redondezas. (JC)

ANÁLISE
A natureza não é a responsável pela fuga dos nordestinos
MARIA APARECIDA DE MORAES SILVA
ESPECIAL PARA A FOLHA
Em 1977, ao prefaciar Elegia para uma re(li)gião, o professor Francisco de Oliveira, em sua arguta análise, utiliza o termo nordesterrados com o intuito de revelar não apenas as circunstâncias históricas, geográficas, políticas e sociais da "região" Nordeste, como também para (re)significar a vida cigana de vaivéns constantes de milhares de pessoas que se deslocam, sobretudo, para a "região" Sudeste do país.
Acompanhando a história do desenvolvimento do capitalismo em São Paulo, observa-se que, desde o final da escravidão, houve a presença de trabalhadores migrantes do Nordeste, chamados nacionais, para diferenciá-los dos estrangeiros - italianos, espanhóis, alemães, japoneses, dentre outros.
Enquanto estes últimos eram empregados como colonos nas fazendas cafeeiras, os primeiros desempenhavam as perigosas tarefas de "limpeza" do terreno, isto é, derrubada das matas naturais e matança dos povos indígenas, primeiros habitantes do território paulista.
Assim, se consubstanciou o processo de formação das fazendas cafeeiras nas primeiras décadas do século 20. Na sequência, os nacionais foram contratados como camaradas -trabalhadores avulsos -que realizavam outros serviços, como roçada de mato, construção de cercas etc.
Com o surgimento das grandes usinas sucroalcooleiras, nos finais de 1950, em virtude do declínio sucessivo das fazendas de café e do colonato, intensifica-se a demanda de força de trabalho, principalmente, para o corte manual da cana de açúcar.
A partir de então, milhares de nordestinos, além dos mineiros do Vale do Jequitinhonha, aportam-se aos canaviais paulistas, na condição de migrantes temporários. Após o final da safra, regressam aos seus lugares de origem, para, no ano seguinte, reiniciarem a mesma caminhada.
Esse vaivém de centenas de milhares de pessoas, durante mais de 60 anos, caracteriza-se pelo processo de migrações permanentemente temporárias. São eternos migrantes, ciganos e desterrados.
Nos últimos anos, em razão da intensificação da mecanização do corte da cana, tem havido mudanças dessas rotas migratórias. Quem não consegue trabalho nas usinas paulistas dirige-se a outros Estados ou à construção civil.
Sem sombra de dúvidas, nos períodos de seca agrava-se a situação econômica, mormente, dos camponeses que ainda possuem pequenos lotes de terra no semiárido nordestino. A saída é um verdadeiro êxodo em busca da sobrevivência. No entanto, não é a natureza a responsável pela partida/fuga, e sim as condições históricas e estruturais dessa "região" pobre que alimenta a riqueza da outra "região". Por mais de um século, os severinos aqui chegam e daqui partem.
MARIA APARECIDA DE MORAES SILVA é socióloga, professora livre docente da Unesp de Araraquara e do curso de pós-gradução em sociologia da UFSCar; pesquisa sociologia rural e migração

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Ecos do Grito nº 180


ECOS DO GRITO 
Informativo nº. 180 –                                                                  Outubro/2012
“Queremos um Estado a serviço da nação, que garanta direitos a toda população!”

Olá companheiros/as que animam o Grito dos/as Excluídos/as!
Continuamos a socialização das noticias que estão chegando à secretaria, dos gritos acontecidos pelo Brasil.

Ecos de Gritos da região NORDESTE – segunda parte

Aracaju/SE: Dia 07/09, às 9h, a concentração do Grito foi na Praça Olimpio Campos, ao lado da Catedral, onde foram realizados vários atos como: apresentações teatrais com a temática da violência contra as mulheres e jovens. Manifestações dos estudantes em defesa da saúde pública, gratuita e de qualidade. Manifestações em defesa da população de rua. Manifestação contra a falta de segurança e combate às drogas e homicídios. Cantorias em defesa da reforma agrária e soberania alimentar.  Manifestação em defesa da saúde pública de qualidade, etc.. Realizaram a celebração do Grito. Participaram das atividades cerca de 6 mil pessoas.

Maceió/AL: Dia 07/09, a concentração do Grito foi às 9h, na Praça Sinimbú, com oficinas de cartazes e faixas, além intervenções artísticas e politicas, o bloco do Grito entrou logo após o desfile oficial, na Praia da Avenida, participaram diversas entidades, movimentos, sindicatos e pastorais.  Depoimento de Rosangela Santos, do Movimento Popular de Saúde (Mops): A gente não podia deixar passar em branco esse 7 de setembro e dizer para a sociedade civil, para todos/as os/as trabalhadores/as que esse dia não é uma data civil a ser comemorada, mas é uma data de luta e que ainda falta muito para conquistarmos essa independência e essa liberdade”. Outro depoimento, Maria Inês Marcelino da Rede Educação Cidadã: “ Em todo Brasil esse é um dia de luta, um dia de mostrar nossa indignação com essa sociedade capitalista e gritar por uma sociedade, de fato, democrática, participativa e popular”.

Arapiraca/AL: Dia 07/09, a manifestação do Grito reuniu cerca de 200 pessoas ligadas a diversas, entidades, movimentos e pastorais, iniciaram com a celebração da palavra pelo monsenhor Jose Nete onde acolheu os presentes com a frase: “‘Entrem meus irmãos por que a casa de Deus é casa de todos os revolucionários por que Jesus foi revolucionário como vocês e por causa disso que ele morreu é por isso que estamos aqui para começar a construir o Brasil que queremos, ressaltou o religioso ’’. Ao termino da celebração, saíram em marcha pelas ruas de Arapiraca, gritando palavras de ordem, ao chegar próximo ao desfile oficial a sociedade arapiraquense acolheu com aplausos de apoio ao Grito.  Gritaram por uma Alagoas que garanta aos seus filhos: terra, trabalho, segurança, saúde e educação de qualidade e dignidade.
Palmeira dos Índios/AL:  Dias 05 e 06/09, realizaram a II Plenária do Grito, onde realizaram um estudo da realidade e a temática do grito. Dia  07/09,  a concentração do Grito foi na Praça do chafariz onde as comunidades se encontraram com muita dança, canto, toré do Povo Xukuru Kariri, banda de pífano do Alto do Tamanduá, e acolhidas por lideranças locais após a benção do Bispo Dom Dulcenio,  saíram em caminhada pelas ruas da cidade, cerca de 500 trabalhadores do campo e da cidade dos municípios de Estrela de Alagoas, Igaci, Poço das Trincheiras, Cacimbinhas, São Miguel dos Campos, Capela, Delmiro Gouveia. Ao longo do trajeto entregaram à população carta política da Plenária do grito e da campanha Nacional contra os agrotóxicos à perfeita da cidade. Com muitas faixas, cartazes, bandeiras, simbologia das lutas, apresentações culturais e teatrais. Encerram o ato na Praça São Pedro, onde aconteceu uma celebração ecumênica e  benção de envio às comunidades.

Penedo/AL: Dia  15/09,  foi realizado no convento Santa Maria dos Anjos, o momento formativo referente ao 18º Grito, a Fraternidade Instrumentos da Paz, da JUFRA, promoveu o encontro, onde foram convidados os quatro grupos de jovens da cidade: TLC, Servos de São José, Segue-me e ABJ (Amigos do Bom Jesus), para que juntos pudessem fazer a reflexão do tema do Grito. O estudo se baseou na cartilha preparado pela Equipe do Grito do Vale do Jaguaribe-CE. Durante o Encontro, foram usadas três palavras para fazer a montagem de um mural: Segurança, Saúde e Educação, os grupos utilizaram a criatividade para transferir o que pensavam sobre os temas, mostrando assim o Estado, o País que queriam, ou seja, um Estado a serviço da nação. Com o material do encontro montaram um mural, que será exposto no dia 15/11, na Praça Barão do Penedo, em frente à Câmara e à Prefeitura da cidade, como um sinal do Brasil que nós queremos.


União dos Palmares/AL: Dia 07/09, a Juventude Franciscana, PJMP e Pastoral da Criança, organizaram o Grito. A concentração do Grito foi na Praça Castelo Branco, em frente a Palmarina Cross, local que antes servia par aos desabrigados da última enchente. Foram para a Igreja Matriz onde encerrou-se a caminhada com a Santa Missa, teve a participação das pastorais sociais, movimentos sociais e atingidos pelas enchentes. Dentre as reivindicações, destacou-se em três paradas, a primeira foi em frente ao Batalhão da Polícia Militar, que abordou o tema da violência no município; segunda foi em frente a Pró reitoria da Universidade Estadual de Alagoas, levantando a questão da precarização da educação, e a terceira em frente a Câmara dos Vereadores, onde questionaram o valor do voto e a importância de eleger pessoas comprometidas com as políticas públicas do munícipio. Realizaram apresentações teatrais ressaltam as amarras que estamos presos com a antiga política de coronelismo.

O grito aconteceu ainda nas cidades de: Estrela de Alagoas, Igaci, Poço das Trincheiras, Cacimbinhas, São Miguel dos Campos, Capela, Delmiro Gouveia.


Atenção Articuladores:

Lembramos: Estamos no aguardo das noticias de como foi o Grito na sua cidade, mande fotos, vídeos e materiais que tenham saído na imprensa local até 05 de Novembro de 2012.

**Este material é para construirmos o próximo jornal do Grito com as noticias dos Gritos acontecidos, bem como, o DVD do 18º Grito.

Agende-se
- Dia 13/12/2012 – Reunião de preparação do Encontro Nacional de Articuladores, às 9:30, na secretaria nacional.
- Dia 21/02/2013 - Reunião Coordenação Nacional do 19º  Grito, momento onde iremos decidir o lema, eixos, cartaz e objetivos do Grito:
***Enviem sugestões!! Para que todos possamos participar da construção e decisão do lema do próximo Grito.
- Dias 26 a 28/04/2013 -  15º Encontro Nacional de Articuladores/as do Grito, local São Paulo/SP.
****Organizem suas agendas reservando a data.

Expediente
Secretaria Nacional do Grito dos Excluídos Tel. (11) 2272-0627.
Ari José Alberti, Karina da Silva Pereira
facebook – gritodosexcluidos / blog – www.gritoexcluidos.blogspot.com.br.













Ecos do Grito nº 179


ECOS DO GRITO 
Informativo nº. 179 –                                                                  Outubro/2012
“Queremos um Estado a serviço da nação, que garanta direitos a toda população!”

Olá companheiros/as que animam o Grito dos/as Excluídos/as!
Continuamos a socialização das noticias que estão chegando à secretaria, dos gritos acontecidos pelo Brasil.

Ecos de Gritos da região NORDESTE – primeira parte

Salvador/BA: Dia 07/09, a concentração do Grito foi em frente ao Teatro Castro Alves, cerca de 150 mil pessoas, tomaram as ruas logo após o desfile oficial, com participação e mobilização das pastorais sociais e movimentos, muitos partidos políticos aproveitaram para seguir os caminhões e a multidão do Grito, há destaque para as manifestações em defesa da mulher marginalizada, e, em defesa da população de rua. Houve adesão do movimento e  da PM ao Grito, enceraram o Grito em frente a Praça Castro Alves.

Cipó/BA: Dia 07/09, a população foi a rua dar o seu grito, o STR participou pela 1ª primeira vez além do MST e dos representantes das comunidades e dos grupos como o Terço dos Homens e o Grupo Restauração.

Ilhéus/BA: Dia 07/09, o Grito reuniu as 14 paróquias da cidade, entraram pela Av. Soares Lopes, logo após o desfile oficial, para a uma só voz Gritarem a realidade e a conscientização política, onde advertiram o povo quanto as suas responsabilidades na escolha dos candidatos. E ainda cobraram justiça pelo assassinato de Genilce Pereira dos Santos, agricultora e liderança comunitária, que morreu em um assentamento da cidade, onde distribuíram um manifesto ao longo da caminhada. Alguns cartazes diziam: "Cobre os antecedentes criminais do seu candidato, faça valer a ficha limpa",
http://aguilho-tina.blogspot.com.br/2012/09/grito-dos-excluidos-cobra-antecedentes.html.

Itabuna: Dia 06/09, realizou coleta de assinaturas em defesa da saúde pública, na Praça Adami. Dia 07/09, a concentração foi no Jardim do “O”, às 9h, onde a atividade teve início com a coleta de assinaturas da campanha pela saúde pública e a distribuição do panfleto construído coletivamente pelas entidades organizadoras contendo denúncias contra a situação de violência, corrupção e descasos com a saúde e educação, cerca de 10 mil panfletos foram distribuídos.  Após o desfile oficial o Grito entrou na Avenida do Cinquentenário com palavras de ordem, apitos, panelas vazias, latas, nariz de palhaço, faixas, banners, cartazes, convidando a população a se juntar ao bloco do grito. O Grupo Encantarte ministrou uma oficina de lata em plena avenida e denunciou a discriminação racial destacando o grande número de assassinatos contra jovens negros na cidade e a falta de políticas públicas, com foco na socialização dos jovens por meio da cultura, esporte, lazer e recreação. A Casa dos Obesos de Itabuna, denunciou o descaso em que a Prefeitura vem tratando a situação de diversas pessoas que necessitam das cirurgias bariátricas e estão impedidas de realizá-las por falta de pagamento da equipe medica, deixando estas pessoas em situações complicadas. Foi denunciado ainda o uso indiscriminado de agrotóxicos, os interesses do agronegócio e os enormes perigos que eles significam para a população foi denunciado pelo Levante Popular da Juventude.  Ainda gritaram contra a violência e a corrupção na cidade. NÃO, NÃO, NÃO À VIOLÊNCIA E À CORRUPÇÃO. Em várias paradas esta chamada foi feita e acompanhada por todos aqueles que estavam nas calçadas, em frente ao palanque oficial, onde se encontravam diversas autoridades municipais este grito ecoou ainda mais forte no meio dos sons das panelas, latas, apitos que os participantes levaram para a avenida. E a repercussão das denúncias feitas pela manifestação grito foi até o dia 10/09, foram abordadas nas rádios, blogs, sites e por diversos cidadãos e cidadãs itabuneses.

Itapetinga: Dia 06/09, realizaram a celebração do Grito na Igreja Matriz São José, com todos os movimentos e pastorais,  com muitos cantos, alegria e dança o momento trouxe as lutas e a fé do povo, enriquecendo a liturgia com elementos da cultura afro brasileira, resgatada pelas Cebs.
Dia 07/09, logo após o desfile oficial da cidade, o grito saiu na Praça principal, com a presença ativa das pastorais, sindicatos, movimentos sociais, levando os gritos e reivindicações do povo. Dentre os gritos destaca-se os protestos contra a corrupção na política, conscientização do eleitor, denúncias de desvio de recursos públicos, o desemprego e a campanha contra as drogas e o extermínio de jovens. Ao final da caminhada todos os participantes colocarem-se em frente a Prefeitura municipal, onde estavam presentes as autoridades locais. A população com faixas, cartazes e carro de som cantaram uma música alertando para a situação do Rio Catolé, principal fonte hídrica da cidade, que se encontra ameaçado. Foi disponibilizado recursos para a construção de uma barragem em sua nascente, o que tem gerado preocupação na população local, que há anos tem cobrado através do grito políticas públicas e um projeto para revitalização e recuperação do Rio. O grito na cidade é realizado pela 16ª vez.

Jequié/BA: Dia 07/09, o Grito sai às ruas da cidade, com a participação de movimentos e pastorais sociais, juventude franciscana, para denunciar o descaso do poder público local com o sistema de saúde e a falta de política voltada para juventude. O grito foi encerrado em frente ao palanque onde estavam presentes as autoridades municipais e estaduais, os manifestantes fizeram a leitura das faixas e reivindicações e as autoridades escutaram as diversas reivindicações dos movimentos sociais.

Mundo Novo/BA: Dia 07/09, realizaram a missa do Grito, onde os participantes deram seu grito, destacando as dificuldades que passam as famílias da comunidade, a situação da saúde pública, os salários baixos de muitos profissionais e a situação dos professores que estavam em greve há mais de 2 meses, pois o gestor municipal não repassou o reajuste do governo federal. Encerraram a celebração com o poema “A sociedade do bem viver”, recitado pelo grupo de crianças. Este ano não foi possível fazer o trabalho de conscientização nas escolas com os alunos, pelo motivo da greve.

Ribeira do Amparo/BA: Dia 07/09, o grito ecoou pela cidade, com a participação da grande maioria  jovens de 15 comunidades, com  encenações a respeito da violência contra a mulher, da ficha limpa, da politicagem, da compra de votos. Alguns cartazes continham alguns gritos: A paz é fruto da justiça”, “Sim a campanha da ficha limpa”, Diga não aos fichas sujas! Ficha limpa para uma Ribeira melhor”, É inadmissível continuarmos de olhos fechados para corrupção que assola o nosso pais com o dinheiro público, é preciso acabar com a farra desses que se dizem políticos”, “... Ao final realizaram uma celebração.

Vitória da Conquista/BA: Dia 01/09, iniciaram com uma missa na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, dos Frades Capuchinos,  depois saíram em caminhada pelas ruas da cidade, onde levaram mensagem da Paz e bem a todos,  lembrando que os leprosos da atualidade necessitam de atenção, e deram destaque a CF Fraternidade e Saúde Pública. O Grito foi encerrado em frente à Catedral Nossa Senhora das Vitórias.  

Atenção Articuladores:

Lembramos: Estamos no aguardo das noticias de como foi o Grito na sua cidade, mande fotos, vídeos e materiais que tenham saído na imprensa local até 05 de Novembro de 2012.

**Este material é para construirmos o próximo jornal do Grito com as noticias dos Gritos acontecidos, bem como, o DVD do 18º Grito.


Agende-se
- Dia 13/12/2012 – Reunião de preparação do Encontro Nacional de Articuladores, às 9:30, na secretaria nacional.
- Dia 21/02/2013 - Reunião Coordenação Nacional do 19º  Grito, momento onde iremos decidir o lema, eixos, cartaz e objetivos do Grito:
***Enviem sugestões!! Para que todos possamos participar da construção e decisão do lema do próximo Grito.
- Dias 26 a 28/04/2013 -  15º Encontro Nacional de Articuladores/as do Grito, local São Paulo/SP.
****Organizem suas agendas reservando a data.

Expediente
Secretaria Nacional do Grito dos Excluídos Tel. (11) 2272-0627.
Ari José Alberti, Karina da Silva Pereira
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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Circular Assembléia Popular


São Paulo, 22 de Outubro de 2012
Companheiros e Companheiras!
Esperamos encontrá-los bem e animados!
               
Estamos escrevendo a todos/as para socializar algumas informações sobre o andamento das atividades da Assembleia Popular.

Sobre a realização da Plenária Nacional:
Na plenária de março deste ano definimos que a data da próxima Plenária Nacional seria agora no mês de outubro, porém avaliamos que neste momento é mais viável adiá-la para o início do próximo ano e que façamos nos próximos dias apenas uma reunião ampliada da Secretaria Operativa, com o objetivo de realizar um primeiro balanço da atuação política da Assembleia Popular em 2012 e propor questões para que possam ser debatidas na próxima Plenária Nacional de 2013.

Construção do Boletim Informativo (2º Semestre de 2012):
Estamos propondo construir um novo boletim informativo, com o objetivo de socializar as atividades da AP que aconteceram nos estados neste último período. Assim, gostaríamos de contar com sua colaboração pra nos enviar informações sobre as diversas atividades que vem ocorrendo na região/estado e as atividades organizadas pelas organizações nacionais que integram a AP. Pedimos que enviem para o e-mail da secretaria nacional: assembleiapopular@terra.com.br.

5ª Semana Social Brasileira
As atividades da 5ª Semana Social Brasileira estão acontecendo em muitos estados, e para animá-los ainda mais gostaríamos de enviar um jornal feito pela coordenação da 5ª SSB. Pedimos também que todos nos enviem um endereço de correio para que postemos este jornal a vocês. Vamos lá, fazer um grande e importante debate sobre o Estado que temos e o Estado que queremos. Lembramos que o envolvimento na 5ª SSB é um compromisso coletivo que assumimos nos nossos últimos encontros.
 Um forte e caloroso abraço,
Secretaria Operativa

Ecos do Grito nº 178


ECOS DO GRITO 
Informativo nº. 178 –                                                                  Outubro/2012

“Queremos um Estado a serviço da nação, que garanta direitos a toda população!”
Olá companheiros/as que animam o Grito dos/as Excluídos/as!
Continuamos a socialização das noticias que estão chegando à secretaria, dos gritos acontecidos pelo Brasil.

Ecos de Gritos da região SUDESTE – terceira parte

Belo Horizonte/MG: Dia 07/09, a concentração do Grito teve inicio às 8h30 na Praça da Estação,  e às 10h, cerca de 3,5 mil pessoas seguiram em caminhada pela Rua Guaicurus, Avenida Santos Dumont e Rua dos Caetés, ao longo do trajeto fizeram vários atos em defesa da Educação e Cultura Popular, da Reforma Política, da Reforma Urbana e, em favor da luta dos artistas circenses por seu direito à circulação com segurança, saúde, educação. Também foram feitas manifestações contra a criminalização da pobreza, contra as privatizações e as grandes obras, e, atos contra a violência sobre a mulher e o extermínio de jovens. A manifestação foi encerrada na Praça Sete, onde teve apresentações culturais e gritaram para lembrar ao governo que os excluídos têm sua vez e sua voz na sociedade.

Itabira–Coronel Fabriciano/MG: Dia 07/09, o grito na cidade acontece há 14 anos. Cinco paróquias urbanas realizaram celebrações com a temática do Grito. Já duas paróquias (Santo Antonio-bairro Gabiroba e Nossa Senhora da Conceição Aparecida-bairro João XXIII), realizaram passeatas e levantaram questões relacionadas a segurança pública, paz no trânsito, violência contra a mulher e o idoso, abuso sexual e extermínio de crianças, jovens e adolescentes. No final da caminhada, houve missa onde foi contextualizado a temática do grito e conclamando as pessoas a refletirem e irem em busca dos seus direitos.

Itambacuri/MG: Dia 07/09, a concentração do Grito foi na Praça Dr. João Antonio em frente à igreja Sagrado Coração de Jesus, fizeram panfletagem explicando para a população o que é o Grito, logo após fizeram uma caminhada, todos vestidos de preto, soltando o grito por direitos iguais na cidade e no país. Terminaram com uma celebração muito bonita na mesma praça. Tiveram participação forte da juventude.

Ipatinga/MG: Dia 07/09, às 7h30 à concentração foi na Praça Três Poderes/Praça da Prefeitura, cerca de 2 mil pessoas participaram do Grito, iniciaram o Grito com uma mística, saíram em caminhada, com realizaram paradas ao longo do percurso,  os direitos que o Estado deve garantir: Educação, Saúde, Terra, Moradia e Saneamento Básico, Trabalho, Igualdade, Cultura, Lazer e Transporte, Alimentação, Acessibilidade, Comunicação, Gestão Pública Transparente, Preservação Ambiental e Livre manifestação. Encerraram a caminhada no Parque Ipanema.

Juiz de Fora/MG:  Dia 07/09, a concentração do Grito foi na Av. Independência, saíram em caminhada pela Av. Rio Branco, encerrando na Praça Riachuelo, onde ao longo da caminhada cobraram as autoridades o cumprimento dos direitos fundamentais. Depoimento de Watuíra Antônio, Presidente da CUT da Zona da Mata: “O ato foi uma oportunidade de sermos ouvidos, de reivindicarmos nossos direitos e também uma forma da sociedade nos enxergar. Se não gritarmos e batermos no Governo, ele não se mexe pra garantir o que é nosso por direito”.

Montes Claros/MG: Dia 07/09, a concentração do Grito teve início às 7h, onde contou com a participação de fiéis de 22 paróquias, quase paróquias e comunidades eclesiais de base, militantes de movimentos sociais, agentes pastorais e evangélicos da igreja anglicana. Iniciaram com momento místico ecumênico, onde lembraram as vitimas dos quase 100 assassinatos, ocorridos apenas em 2012, no município,  fizeram a partilha do café da manhã, em frente a Igreja-Mãe da Arquidiocese de Montes Claros. Às 9h, já observados pela polícia, os manifestantes cantaram e dançaram, empunharam faixas de protesto, desceram da Praça da Catedral para a Rua Dom Pedro II, por onde caminharam até a esquina com a Avenida Afonso Pena, viraram à esquerda na Rua Pe. Augusto, ultrapassaram a Av. Coronel Prates, desceram pela Rua Reginaldo Ribeiro ruma à Av. Dep. Esteves Rodrigues, passaram pelo Desfile Oficial da Independência, mesmo perseguidos e intimados pela polícia, o Grito percorreu toda a avenida, até perto da Prefeitura, onde foram dispersados com bombas pela polícia que mais uma vez impediu o bloco do Grito de se manifestar.

Ribeirão das Neves/MG: Dia 07/09, às 9h, concentração do Grito foi em frente à Cidade dos Meninos, saíram em caminhada pelas ruas da cidade.

Santa Maria de Itabira/MG: Dia 07/09, aconteceu pela 1ª vez o grito na cidade. Lideranças de movimentos, pastorais, organismos e serviços, Ongs,  se reuniram na localidade denominada “Morro Escuro”, ameaçada de desaparecer devido futura exploração de minérios e consequente expulsão da população tradicional do lugar, que realizou uma manifestação pacífica em defesa de melhor qualidade de vida e exploração racional aliada a preservação do eco sistema local.

São João Del Rei/MG: Dia 07/09, às 9h, a concentração do Grito aconteceu na Praça da Estação Ferroviária. Realizaram uma caminhada pelas ruas da cidade e uma panfletagem após o desfile oficial, questionando "Independência ou Monopólio”.

Teófilo Otoni/MG: Dia 07/09, às 9h, concentração do Grito na Av. Luis Boali, em frente ao Supermercado Araújo. Contudo por problemas, foi cancelado a atividade..

Atenção Articuladores:

Atenção:- O site do grito está atualizado com todas as notícias, materiais (jornais, cartazes, ecos do grito e histórico atualizado).

Lembramos: Estamos no aguardo das noticias de como foi o Grito na sua cidade, mande fotos, vídeos e materiais que tenham saído na imprensa local até 15 de Outubro de 2012
Este material é para construirmos o próximo jornal do Grito com as noticias dos Gritos acontecidos, bem como,  o DVD do 18º Grito.

Fique por dentro

Atenção!!
23 e 24/10 – A Plenária Nacional da Assembleia Popular que estaria agendada para esta data foi adiada para 2013.

Agende-se

25/10 – Reunião da Coordenação Nacional do Grito/SP

Expediente
Secretaria Nacional do Grito dos Excluídos Tel. (11) 2272-0627.
Ari José Alberti, Karina da Silva Pereira
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Ecos do Grito nº 177


ECOS DO GRITO 
Informativo nº. 177 –                                                                  Outubro/2012

“Queremos um Estado a serviço da nação, que garanta direitos a toda população!”

Olá companheiros/as que animam o Grito dos/as Excluídos/as!
Continuamos a socialização das noticias que estão chegando à secretaria, dos gritos acontecidos pelo Brasil.

Ecos de Gritos da região SUDESTE – segunda parte

São Paulo/SP-Av. Paulista: Dia 07/09, a partir das 9h, concentração do Grito foi na Praça Osvaldo Cruz. Cerca de 5 mil pessoas, saíram em caminhada em direção ao Parque do Ibirapuera com forte e ampla participação dos movimentos populares de moradia e movimentos sociais ao longo da caminhada fizeram atos contra a especulação imobiliária em SP, atos em defesa da soberania popular e defesa do Estado Democrático e independente. E distribuíram cerca de 10 mil cartas abertas a população. O encerramento foi no parque do Ibirapuera.

São Paulo/SP- Sé: Dia 07/09, o Grito iniciou com celebração na Catedral da Sé, às 8h, após nas escadarias da catedral, realizaram uma mística com danças dos índios Pankarau e encenações onde foram denunciadas diversas injustiças sociais, como a falta de moradia e como o Estado que atua excluindo as pessoas mais necessitadas, favorecendo a grupos e interesses. Às 10h, saíram em caminhada rumo ao Parque da Independência no Ipiranga. Cerca de 800 pessoas de diversos movimentos e entidades participaram, dentre elas a juventude franciscana.

Aparecida/SP: Dia 07/09, as atividades começaram por volta das 6h, concentração da 25ª Romaria dos Trabalhadores, no porto de Itaguaçu, com o lema “Mãe, 25 anos semeando saúde, moradia e trabalho digno!”, de onde saiu à caminhada. Das 9h20 às 10h, aconteceu o Grito, no pátio da Basílica. Cantamos o hino nacional e o microfone ficou aberto para o povo fazer ecoar os vários gritos por direitos à saúde, educação, direitos dos cadeirantes, transporte. Onde a cada grito foram cantados os refrões: Saúde é direito do cidadão queremos que seja publica, não à privatização; Educação é direito do cidadão queremos que seja publica, não à privatização; Energia é direito do cidadão queremos que seja publica, não à privatização. Na sequencia feito o momento da denúncia, onde as mãos como simbologia diziam Basta: Corrupção e impunidade; Indiferença e Competição; Latifúndio; Superávit Primário; Dívidas externa e interna;  Migração Forçada; Violência, desemprego, guerra; Não ao Novo Código Florestal; Deste modelo Econômico. Outro momento forte foi o diálogo entre os bonecos: Brasil economia que cresce, mas não distribui a renda e a riqueza; Brasil é a 5ª economia do mundo e o 84º país no IDH; Brasil a 5ª economia do mundo e o 4º País mais desigual da América Latina e Caribe; Brasil uma economia que cresce, mas devora e destrói o meio ambiente; O povo bastante animado gritou: Basta de corrupção e impunidade; Basta de latifúndio e agrotóxicos. E passou para o momento de anúncio o que Queremos:  Punição, Ética, transparência,  Solidariedade e compromisso; Reforma Agrária; Prioridades às Políticas Sociais; Auditoria Pública das dívidas;  Cidadania Universal; Justiça, Trabalho, Soberania e Integração dos Povos; A Vida Em Primeiro Lugar. Os bonecos retomam as falas: Queremos mais que democracia representativa, Queremos participação; Queremos mais do que políticas assistenciais – Queremos politicas públicas; Queremos direitos garantidos – Saúde, Educação, Transporte. Queremos Justiça!; Encerramos com o Hino do Grito e a bandeira do Brasil passou pela mão das pessoas. Todos foram convidados para dentro do Santuário, onde aconteceu a celebração da 25ª Romaria dos Trabalhadores que encerraram as atividades do Grito e da Romaria em Aparecida.

Americana e Nova Odessa/SP: Dia 07/09, o Grito aconteceu no bairro Antônio Zanaga em Americana, estavam presentes em torno de 150 pessoas, as quais eram membros  de sindicatos, movimento estudantil, MST, entidades, Pastoral da Juventude, CEB's, religiosos (entre padres e irmãs), cidadãos e cidadãs. Pautados no tema "Queremos um Estado a Serviço da Nação, que garanta direitos a toda a população", saíram em caminhada pelas ruas do bairro reivindicando direitos e denunciando as injustiças sociais das atuais administrações públicas das duas cidades, dentre os quais foram destacados a calamidade do transporte público coletivo, a deficiência do sistema de saúde (hospital municipal) e o faturamento com as grandes construções de praças realizadas em Americana, o MST distribuiu para o população, as hortaliças produzidas pelo assentamento, como forma de divulgar os benefícios da Reforma Agrária e também para alertá-la a respeito da atual situação sobre o pedido de reintegração de posse da Usina Ester, empresa que diz ser a proprietária das terras utilizadas pelo atual assentamento - Milton Santos. 
Araraquara/SP: Dia 07/09, realizaram o Grito no Anfiteatro do Colégio Externato Santa Terezinha, das 8h às 12h, iniciaram com um café da manhã, e um debate sobre Saúde Pública o sistema único de saúde (SUS) x Santa Casa (funcionamento, dificuldades, propostas e soluções), e Como anda a política da saúde pública nos dias de hoje, Saúde Pública na Pastoral da Criança e Igreja x Saúde uma visão da Campanha da Fraternidade, abriu-se a palavra para os participantes e encerram o debate.
Bertioga/SP: Dia 07/09, aconteceu o Grito na cidade pela 1ª vez, centralizando as manifestações na questão da moradia.

Campinas/SP: Dia 07/09, foram realizados vários atos em defesa da saúde pública gratuita, contra a corrupção, contra a violência e a privatização da água, defesa das mulheres e dos jovens. Também foram realizadas apresentações culturais. A população participou ativamente com cerca de 2500 pessoas encerraram o momento do grito com uma grande ciranda na Praça. Durante a semana da Pátria aconteceu o Grito das Crianças que reivindicaram Vida em primeiro lugar. Realizaram uma celebração com os religiosos e religiosas.

Indaiatuba/SP: Dia 07/09, o Grito aconteceu na cidade, que teve a participação ativa da criançada, que gritaram contra a especulação imobiliária, chega de corrupção, inclusive com a animação da atividade.

Santa Bárbara D´Oeste/SP: De 03 a 06/09, aconteceu as atividades da Semana Social, na Paróquia Imaculada Conceição, com a participação de cerca de 300 pessoas. Dia 03, aconteceu a abertura da 5ª Semana Social Brasileira com o tema: "Estado para que e para quem?"; Dia 04,  debate do Tema: "Doutrina social da Igreja e o mundo da Política"; Dia 05, aconteceu a  Celebração eucarística com o tema: "Família, 1º Núcleo da Sociedade do bem viver e conviver".  Dia 06, teve o Debate político com os candidatos a prefeito de Santa Bárbara D´oeste, neste dia com participação de cerca de 200 pessoas.

Atenção Articuladores:

Atenção:- O site do grito está atualizado com todas as notícias, materiais (jornais, cartazes, ecos do grito e histórico atualizado).

Lembramos: Estamos no aguardo das noticias de como foi o Grito na sua cidade, mande fotos, vídeos e materiais que tenham saído na imprensa local até 15 de Outubro de 2012
Este material é para construirmos o próximo jornal do Grito com as noticias dos Gritos acontecidos, bem como,  o DVD do 18º Grito.

Agende-se

25/10 – Reunião da Coordenação Nacional do Grito/SP

Expediente
Secretaria Nacional do Grito dos Excluídos Tel. (11) 2272-0627.
Ari José Alberti, Karina da Silva Pereira
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Para entender o julgamento do “MENSALÃO”


Fábio Konder Comparato, Carta Maior

Ao se encerrar o processo penal de maior repercussão pública dos últimos anos, é preciso dele tirar as necessárias conclusões ético-políticas.

Comecemos por focalizar aquilo que representa o nervo central da vida humana em sociedade, ou seja, o poder.

No Brasil, a esfera do poder sempre se apresentou dividida em dois níveis, um oficial e outro não-oficial, sendo o último encoberto pelo primeiro.

O nível oficial de poder aparece com destaque, e é exibido a todos como prova de nosso avanço político. A Constituição, por exemplo, declara solenemente que todo poder emana do povo. Quem meditar, porém, nem que seja um instante, sobre a realidade brasileira, percebe claramente que o povo é, e sempre foi, mero figurante no teatro político.

Ainda no escalão oficial, e com grande visibilidade, atuam os órgãos clássicos do Estado: o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e outros órgãos auxiliares. Finalmente, completando esse nível oficial de poder e com a mesma visibilidade, há o conjunto de todos aqueles que militam nos partidos políticos.

Para a opinião pública e os observadores menos atentos, todo o poder político concentra-se aí.

É preciso uma boa acuidade visual para enxergar, por trás dessa fachada brilhante, um segundo nível de poder, que na realidade quase sempre suplanta o primeiro. É o grupo formado pelo grande empresariado: financeiro, industrial, comercial, de serviços e do agronegócio.

No exercício desse poder dominante (embora sempre oculto), o grande empresariado conta com alguns aliados históricos, como a corporação militar e a classe média superior. Esta, aliás, tem cada vez mais sua visão de mundo moldada pela televisão, o rádio e a grande imprensa, os quais estão, desde há muito, sob o controle de um oligopólio empresarial. Ora, a opinião – autêntica ou fabricada – da classe média conservadora sempre influenciou poderosamente a mentalidade da grande maioria dos membros do nosso Poder Judiciário.

Tentemos, agora, compreender o rumoroso caso do “mensalão”.

Ele nasceu, alimentou-se e chegou ao auge exclusivamente no nível do poder político oficial. A maioria absoluta dos réus integrava o mesmo partido político; por sinal, aquele que está no poder federal há quase dez anos. Esse partido surgiu, e permaneceu durante alguns poucos anos, como uma agremiação política de defesa dos trabalhadores contra o empresariado. Depois, em grande parte por iniciativa e sob a direção de José Dirceu, foi aos poucos procurando amancebar-se com os homens de negócio.

Os grandes empresários permaneceram aparentemente alheios ao debate do “mensalão”, embora fazendo força nos bastidores para uma condenação exemplar de todos os acusados. Essa manobra tática, como em tantas outras ocasiões, teve por objetivo desviar a atenção geral sobre a Grande Corrupção da máquina estatal, por eles, empresários, mantida constantemente em atividade magistralmente desde Pedro Álvares Cabral.

Quanto à classe média conservadora, cujas opiniões influenciam grandemente os magistrados, não foi preciso grande esforço dos meios de comunicação de massa para nela suscitar a fúria punitiva dos políticos corruptos,  e para saudar o relator do processo do “mensalão” como herói nacional. É que os integrantes dessa classe, muito embora nem sempre procedam de modo honesto em suas relações com as autoridades – bastando citar a compra de facilidades na obtenção de licenças de toda sorte, com ou sem despachante; ou a não-declaração de rendimentos ao Fisco –, sempre esteve convencida de que a desonestidade pecuniária dos políticos é muito pior para o povo do que a exploração empresarial dos trabalhadores e dos consumidores.

E o Judiciário nisso tudo?

Sabe-se, tradicionalmente, que nesta terra somente são condenados os 3 Ps: pretos, pobres e prostitutas. Agora, ao que parece, estas últimas (sobretudo na high society) passaram a ser substituídas pelos políticos, de modo a conservar o mesmo sistema de letra inicial.

Pouco se indaga, porém, sobre a razão pela qual um “mensalão” anterior ao do PT, e que serviu de inspiração para este, orquestrado em outro partido político (por coincidência, seu atual opositor ferrenho), ainda não tenha sido julgado, nem parece que irá sê-lo às vésperas das próximas eleições. Da mesma forma, não causou comoção, à época, o fato de que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tivesse sido publicamente acusado de haver comprado a aprovação da sua reeleição no Congresso por emenda constitucional, e a digna Procuradoria-Geral da República permanecesse muda e queda.

Tampouco houve o menor esboço de revolta popular diante da criminosa façanha de privatização de empresas estatais, sob a presidência de Fernando Henrique Cardoso. As poucas ações intentadas contra esse gravíssimo atentado ao patrimônio nacional, em particular a ação popular visando a anular a venda da Vale do Rio Doce na bacia das almas, jamais chegaram a ser julgadas definitivamente pelo Poder Judiciário.

Mas aí vem a pergunta indiscreta: – E os grandes empresários? Bem, estes parecem merecer especial desvelo por parte dos magistrados.

Ainda recentemente, a condenação em primeira instância por vários crimes econômicos de um desses privilegiados, provocou o imediato afastamento do Chefe da Polícia Federal, e a concessão de habeas-corpus diretamente pelo presidente do Supremo Tribunal, saltando por cima de todas as instâncias intermediárias.

Estranho também, para dizer o mínimo, o caso do ex-presidente Fernando Collor. Seu impeachment foi decidido por “atentado à dignidade do cargo” (entenda-se, a organização de uma empresa de corrupção pelo seu fac-totum, Paulo Cezar Farias). Alguns “contribuintes” para a caixinha presidencial, entrevistados na televisão, declararam candidamente terem sido constrangidos a pagar, para obter decisões governamentais que estimavam lícitas, em seu favor. E o Supremo Tribunal Federal, aí sim, chamado a decidir, não vislumbrou crime algum no episódio.

Vou mais além. Alguns Ministros do Supremo Tribunal Federal, ao votarem no processo do “mensalão”, declararam que os crimes aí denunciados eram “gravíssimos”. Ora, os mesmos Ministros que assim se pronunciaram, chamados a votar no processo da lei de anistia, não consideraram como dotados da mesma gravidade os crimes de terrorismo praticados pelos agentes da repressão, durante o regime empresarial-militar: a saber, a sistemática tortura de presos políticos, muitas vezes até à morte, ou a execução sumária de opositores ao regime, com o esquartejamento e a ocultação dos cadáveres.

Com efeito, ao julgar em abril de 2010 a ação intentada pelo Conselho Federal da OAB, para que fosse reinterpretada, à luz da nova Constituição e do sistema internacional de direitos humanos, a lei de anistia de 1979, o mesmo Supremo Tribunal, por ampla maioria, decidiu que fora válido aquele apagamento dos crimes de terrorismo de Estado, estabelecido como condição para que a corporação militar abrisse mão do poder supremo. O severíssimo relator do “mensalão”, alegando doença, não compareceu às duas sessões de julgamento.

Pois bem, foi preciso, para vergonha nossa, que alguns meses depois a Corte Interamericana de Direitos Humanos reabrisse a discussão sobre a matéria, e julgasse insustentável essa decisão do nosso mais alto tribunal.

Na verdade, o que poucos entendem – mesmo no meio jurídico – é que o julgamento de casos com importante componente político ou religioso não se faz por meio do puro silogismo jurídico tradicional: a interpretação das normas jurídicas pertinentes ao caso, como premissa maior; o exame dos fatos, como premissa menor, seguindo logicamente a conclusão.

O procedimento mental costuma ser bem outro. De imediato, em casos que tais, salvo raras e honrosas exceções, os juízes fazem interiormente um pré-julgamento, em função de sua mentalidade própria ou visão de mundo; vale dizer, de suas preferências valorativas, crenças, opiniões, ou até mesmo preconceitos. É só num segundo momento, por razões de protocolo, que entra em jogo o raciocínio jurídico-formal. E aí, quando se trata de um colegiado julgador, a discussão do caso pelos seus integrantes costuma assumir toda a confusão de um diálogo de surdos.

Foi o que sucedeu no julgamento do “mensalão”.

Fonte: Fábio Konder Comparato